28.9.05

It sucks

rosto3

ter vontade e não poder. poder mas não querer. ver sem enxergar, ouvir e não gostar. trepar e não gozar. sair e querer voltar. ler e odiar. saber sem se conformar. dar sem receber. acreditar e não acontecer. ter tempo e desperdiçar, ter a chance e escapar. incerteza, inconstância, repetição. chôro sem consolo. burrice, futilidade. correr e não chegar. fugir e ser pega. larica sem doce. bad trip. suco ralo, halls com cerveja. procurar sem achar. esperar. esperar. ciúme, indigestão. amar sem querer. amor sem perdão.

26.9.05

bem resolvida

brilhonagua
Fiquei boba, frio na barriga. Foi só me olhar e pronto. A mistura perfeita entre doçura e safadeza. Faísca nos olhos, calor de sol do meio dia no Rio. Logo as faíscas todas passeando na pele, explorando cada curva como um CDF estuda sua matéria. Sacou tudo rápido. E foi devagar. Se aplicou no melhor beijo - o melhor mesmo - que já ganhei. Caí no azul daqueles olhos num mergulho sem medo, mesmo faltando o ar. Sabe tudo tão bonito que vc esquece que tem que respirar?
Como eu quis, em sonho, acordada, na cama, no banho. Imaginação não pára. E agora ele também não parava. Melhor, muito, do que a viagem. Assim nunca. O ar falatando, parece que se aproxima uma morte doce, desejada. Como pode? Homem exato. Como se tivesse me calculado e depois de equações complicadas houvesse me solucionado. E eu, sempre péssima em matemática, perdi a conta.

23.9.05

lugar nenhum

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Com ele fico no meio do caminho. Me vejo ali, clandestina, um fantasma que existe sem que ninguém possa ver. Passeio pela casa, subo e desço escadas, observo suas coisas, a cama desarrumada. Passo seu perfume, um jeito de grudá-lo em mim. Penso em quando ele podia me ver, me tocar. Desarrumo a casa. Logo ponho tudo em ordem pra que a minha presença não o assuste. Ele chega, segue seu ritual: passear com o cachorro, ração, água. Vai no banheiro. Faz um sanduíche, liga a TV. Talvez um beck. Talvez baixar umas músicas. Eu continuo ali, invisível.
Mas ele sabe, sabe que estou ali. Às vezes fala comigo, pensa em mim. Mas nada como antes. Porque seria em vão. Apesar de ainda sentir não existo mais.
Sinto que tem horas que minha presença incomoda, quando fico triste, a energia pesa. Dá um jeito de me mandar embora. Eu vou. Logo volto.
Tem noites que ele sonha comigo, diz coisas fabulosas, como antes: a mais gostosa. Se agarra em mim na cama, um abraço de enlaçar as pernas e dar as mãos. Só que ele acorda e não se lembra, tudo segue igual. Leio suas linhas e me entristeço profundamente, fico com ciúmes. Dou um jeito de bagunçar as coisas, de deixá-lo puto. Ele fica. E maldiz meu nome: praga daquela, só pode ser. Eu choro. Sem lágrimas palpáveis mas choro muito e, mais uma vez, vou embora.

12.9.05

turn off the light

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ajoelho, peço. não fico confortável, levanto. alguma coisa ainda incomoda. o que é? essa luz! odeio luz na minha cara. a noite é a noite. dia é claro. nem sempre. eu só tô me distraindo disso aqui. é isso que tem acontecido, dispersão, pensamento demais na cabeça. pensamento errado na hora certa. por que agora dei pra pensar nessas horas? quero me concentrar naquilo. isso mesmo. ou melhor, aquilo mesmo. devia desligar. off. ou mudar a estação, tunning: sex. chega, agora só pensar em fazer, sentir. melhor: fecho os olhos. dá pra sentir mais. só o som. ajoelho, peço. e tudo acontece. ganho uma camiseta emprestada, um sono profundo_ enfim páro de pensar.

10.9.05

sexy romantico

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Tenho ouvido muito BiD. Adoro uma música dele e do Seu Jorge, "E Depois..."
Delícia! Os arranjos, a tal da flauta adocicada e a batera old school do meu primo Kuki.

E aí, a gente vai passear/ e aí, a gente vai namorar/ e depois.... e depois...

É romance puro. Fora a voz deliciosa do Seu Jorge (tenho uma queda fortíssima por aquele nego). Se trata de um cara (o da música, não o Seu Jorge. Sei lá também, foi ele quem fez, pode ser baseado em fatos reais... Aliás, uma nota: pra mim, não existe ficção. tudo é sempre baseado na realidade) Enfim, é um cara planejando o encontro com uma garota muito sortuda: vão tomar sorvete, ouvir a música preferida dela, tomar vinho, conversar... tudo muito simples, sutil. Mas é tão bonito. Porque passa aquela sensasão de felicidade que a gente sente quando sabe que vai encontrar alguém que gosta, e a gente passa o dia viajando nisso, fazendo planos, com aquele sorriso besta na boca. Ah, isso é uma delícia ou não é? Delícia também são os gemidinhos e barulhinhos que o Seu Jorge faz. Caramba. Toca lá e me diz se não é mamão no mel, algodão-doce, azul? Romântico, sexy e delicado. Como são os inícios de romance.