11.1.06

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ondas
Raviolão de ricota com abobrinha e bacon no azeite aromático

Pra fazer tem que colocar a mão na massa mesmo, mas vale o esforço. O mais difícil é esticar a massa com aquele rolo de macarrão que é clássico. O ideal seria ter uma máquina, onde você passa a massa umas duas ou três vezes e ela sai fininha e pronta, já retangular pra fazer os cortes pro ravióli. Essa máquina se tornou meu mais novo objeto de desejo e já é uma promessa para 2006. Sim, porque descobri que fazer a massa em casa é uma delícia e dá mil possibilidades de criar formatos e recheios... E adoro inventar coisas na cozinha.
Mas não importa a máquina porque sem ela eu fiz raviolões, de mais ou menos 7cm, que ficaram irregulares, rústicos e achei bem legal. E como disse, fica uma delícia, e leve, e diria perfeito pra comer a dois: não vai pesar e os sabores mexem com os sentidos... também por causa desse tal azeite aromático que fiz, que vai alecrim e gengibre, duas coisas que amo. Não testei a receita para uma noite de luxúria, mas sei que é perfeita. Na verdade, preparei para minhas amigas audiovisuais e foi ótimo. Elas fizeram coisas maravilhosas também:
uma entrada deliciosa - catupiry com alho e salsa, pra comer com pão sueco ou torradinhas, que a Karina preparou; uma mega salada que tinha até figos (da Ananda) e uma sobremesa incrível que parece nada, mas é tuuuudo! Sorvete de Galak, que vem com pedacinhos de galak, com calda de framboesa + amora e framboesas frescas por cima...uh lá lá! Foi um jantar fenomenal e a gente ficou gemendo de satisfação a noite inteira... Mas voltemos ao raviolão.

Primeiro, deixe pronto o recheio-presente:
Foi aquele chef inglês figura, o Jamie Oliver, quem disse que o ravióli é um pequeno presente embrulhado. E você vai oferecer esse presente a quem julgar que merece... Portanto, o recheio deve ser feito no capricho.
Inventei esse com as coisas que tinha em casa, mas dá pra inventar outros tantos, e aí que está a graça.
Coloque um pouquinho de azeite extra-virgem numa panela média e doure um punhado de bacon picadinho com um dente de alho amassado. Jogue uma abobrinha, também bem picadinha (tire aquela parte central, que tem micro sementes) de deixe refogar um tantinho. Depois é so desligar o fogo e misturar umas 250g de ricota amassada com garfo. Para rechear o ravióli faça pequenas bolas dessa mistura com as mãos.

Bom, a massa:
Com apenas ovos e farinha você faz a massa. Uns 4 ovos pra meio quilo de farinha. Amasse com a mãos por um tempo, até que fique elástica. Aí chega a hora de botar força e abrir a massa com o rolo. Antes, divida a massa em duas partes pra ficar mais fácil. Guarde uma delas na geladeira, enrolada em papel-filme. Tente abrir a massa para deixá-la o mais fina possível, com uns 2, 3 mm de espessura.
Então é só cortar tiras e ir dispondo montinhos de recheio sobre elas. Com a ponta do dedo passe um pouco de água nas bordas da massa e cubra com outra tira parecida. Vá apertando, com carinho, pra que não fique nenhum ar dentro do ravióli e a massa fique bem grudada uma na outra. Então corte no espaço entre cada recheio pra ficar com os quadrados de raviolão.

Voilá! Basta ferver em água abundante com sal até que a massa fique tenra, se é que me entende. Quando estiver quase no ponto, comece a preparar o azeite aromático... Acho que com umas cinco colheres de azeite já rola. Tem que ser um azeite bonzão! Aqueça o azeite e jogue um bom ramo de alecrim fresco (compre na feira que sempre tem) de deixe fritar um pouco, pra ficar crocante. Na sequência junte meia colher de gengibre ralado. Se quiser, ponha mais alguma erva, como sálvia ou manjericão.

Com uma colher grande, que não seja de metal, vá pescando os raviólis e colocando diretamente na panela com azeite. Deixe escapar junto um pouco da água da massa para incorporar melhor tudo. Misture delicadamente... com calma, e espere uns instantes até achar que está suculento e que a massa já absorveu bem os sucos. Hummm. Tá prontíssimo! Sirva uns três raviolões por pessoa, pra começar. E decore o prato com pingos de azeite e um raminho de alecrim.

Depois me diz se não gemeu também.

desamorado

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A lua logo tá cheia. Imagina só a praia como vai ficar. A gente foi e a noite tava negra, até lanterna a gente usou. Mesmo assim podia ver que seu olhar não estava em mim. Na maioria das vezes não. Não diz que é besteira, que não é verdade. Apesar da escuridão eu via. E tudo que eu resplandecia se diluía nas coisas, nas pessoas, na areia. E nunca tinha visto dessa forma. Dois viraram todo mundo. Não tinha atrito, nem discussão. Não tinha paixão. Nem que a lua brilhasse com toda força. Nem o sol, o mar. Nada colore um amor desbotado.