16.5.08

ciúmes









fotos:autumn sonnichsen

De tudo que ela tiver de diferente, de parecido, de melhor.
De tudo o que ela possa ter pior do que eu.
Das coisas que ela deve saber que eu não sei.
De tudo que você possa admirar nela, tudo que te faz dela alguns minutos;
Quando olha daquele jeito pra ela, e pensa sobre o que ela possa ter de pervertido.
De quando você imagina todas as caras e gemidos e olhadas quando ela gozar, todo cheiro, textura, umidade e temperatura possíveis da sua buceta.
De cada vez que fica de pau duro imaginando a densidade dos seus seios, pegando, beijando, lambendo, esfregando no rosto da sua fantasia, tua máscara de diabo.
Desse tempo todo que não sou a única. Desses minutos, essas horas, das cenas todas das tuas punhetas em que não estou.
Mais da sua cara de bobo olhando pra ela, daquela voz que você faz quando o sangue sai da cabeça.
Das conversas com ela, de todas as vezes que fodeu seus peitos, que afundou nas carnes da sua bunda, o olhar pornográfico.
Da realidade, do que é, do que pode ser.
Do inevitável.

12.5.08

machuca


















foto: autumn sonnichsen

Um vergão dos cinco dedos na minha bunda. Eu falei, eu disse não me machuque, não gosto. Mas do jeito que fez gostei. Talvez por isso o orgasmo dolorido, olhos espremidos, soluço, manha, rendição. E você tão dono de tudo, a crueldade mais doce. Tua arrogância de certamente poder. Isso.
Tá doendo até agora, banda direita da bunda. Mas teu orgulho de me fazer assim, ferida e grata, lençol molhado, você com essa idéia de ter feito tudo tudinho tão certo. E agora cada vez que dói, quando sento mais para a banda direita, vejo denovo tua cara de mal quando tá bom, entre as mechas do meu cabelo com a cara no colchão. O vergão, a vertigem, o soluço. Isso que é dor de amor.