1.8.09

oceano meu


A praia era extensa, as ondas gigantes. Azul marinho. Em alguns trechos se formavam grandes falésias de areia. Senhoras diziam que era a praia mais chique do momento. Eu percorria um longo caminho de bicicleta para chegar ali e começava a sentir que dias seguidos nessa rotina estavam surtindo efeito no meu corpo. Estava leve e não queria mais voltar. Alguém me esperava, não havia comunicação, eu demorava. Mas queria assim e assim fazia. Continuava ali.

Também notei que a brisa maritima havia modificado meus contornos e minha pele tinha um brilho incomum. Lembro de em certo momento estar com meu pai em frente ao mar, e ao notar que estávamos com uma parede de areia logo atrás e as ondas cresciam, peguei sua mão e o encaminhei mais para frente, onde não havia perigo de sermos encurralados pela água salagada. Eu não tinha medo. Nada. Curiosamente, estava calma como não me lembro de ter estado, destemida e despreocupada com o que quer que pensassem de mim. Esatava feliz.