17.6.09

céu









De bicicleta. Tanto tempo, lá no bairro. A mesma tranquilidade agora, mochila nas costas, ruas planas do Soure, na Ilha de Marajó. Sol manso, nuvens mutantes, aos montes, o rio cercando todo o mato das travessas. Vou da quarta à 13a, sozinha inha. Por que não fico tranquila assim todo o tempo? Medo besta, de ter medo.
Da rede a chuva caindo grossa e inofensiva, água boa até. Tentando ler livro mas as palavras apenas sucedem sem registro. Cabeça dura. Fica tranquila. Por que não? Tento lembrar da última vez que essa paz, esse centro, esse tudo que eu busco e não encontro, de apenas ler, fazer e ser. Faz tempo.
A tardinha e só uns pingos que caem dos matos. Penso em gravar isso, não sei pra quê. Depois acho encaixe. É bonito. É tudo tão bonito aqui. Por que não sossego e dou pra pensar nessa micharia de ele onde está, e se me dá piripaque, que barriga essa minha, não vou beber mais cerveja.
A pele pinica na rede um tantinho, lamento ter pego sol a pino. De moto na estrada cercada de mangue e nuvem que não acaba. Só pode ser a maldição de uma chatura permanente lamentar coisa dessas. De um lado o sol caindo e talhando o céu de laranja e rosa, do outro a lua reinando prata num azul aveludado. Sorrio toda suspiros ali no meio, cheia de vento desanuviando a praga do meu desasossego.

8 comentários:

  1. KI , VC CONTINUA LINDA E ESCREVENDO MARAVILHOSAMENTE , COMO SEMPRE.
    BEIJOS .
    BETO 7

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  2. Eu também quero ver filme!! eu quero!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. foi por causa dessa viagem que te conheci,que comecei ler a tpm e a trip,que resolvi conhecer o litoral de são paulo e que fiz a letra da "corpo".

    beijos erica...

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