24.3.09

Conversa



Você não devia se expor assim
Por quê?
Por que você faz isso?
Eu gosto.
Pior que você gosta...
Não vejo problema
Podem falar de você
Que falem, não me importo
Você sabia que tem um trilhão de garotas que fazem o que você faz?
E daí?
Você é só mais uma!
Nossa, você me ama e me admira muito, pelo jeito
É porque te amo que eu digo que você pode se estrepar
Não vejo como
Você podia só escrever, as fotos você põe pra alimentar teu ego
E não é que faz bem?
Você acha que faz bem... Mas vai ver
Tá me ameaçando? Que porra é essa?
Você tá cega e surda, me ouve!
Me diz uma coisa razoável
Eu te amo
Não ama desse jeito, como eu sou
Você mudou
Não sou mais apaixonada por você
Eu sei
...
Você era a mulher mais incrível que já conheci
E agora?
Você é fraca
Agora que eu não fico chorando por tua causa sou fraca?
...
Pára de me atacar pra amenizar tua dor
Não falo mais nada
Tá legal, então vou nessa
Escuta

Não tô te atacando, desculpa

Tem um projeto rolando aí...
De que?
Quero te propor, pra fazer um blog, uma coisa sensual
Ce é doido?
Quero te ajudar
Deus!
...
...
Vou cuidar de você pra sempre.
Eu sei.

18.3.09

escuro



Mal acordo e já sinto o coração disparado. O dia nem começou, não vi meus e-mails, meu telefone não tocou. Nada aconteceu além da falta de luz da noite passada, da falta de notícias. Continuo sem saber onde estou e pra que serve tudo isso. Apenas me distraio resolvendo problemas, pagando contas e bebendo vinho. Faço o que deve ser feito, carregando um gigantesco ponto de interrogação. Desisto de adivinhar respostas para não me desviar do que é necessário, para não sucumbir a algo que pode invadir meu sistema nervoso e sabotar minha razão.

Ontem vi um filme estranho. Três pessoas mergulhavam no poço de uma cachoeira e se metiam em cavernas submersas. Buscavam ar com desespero em espaços estreitos e escuros, projetando boca e nariz pra fora da água. Talvez por isso tenha acordado com o peito apertado. Sou claustrofóbica. Não há possibilidade mais aterrorizante pra mim do que me meter num lugar escuro, apertado e sem visão de saída.

Eu quero sair.

16.3.09



Feliz mesmo eu fico quando você me aparece com esse volume na bermuda.

13.3.09

sexta-feira

só mais uma sexta-feira. ela pode ser tudo, filme na tv, sexo arrasador, bebedeira de cair, jantar, drinks, conversa. pode ser choro, riso, o que for. só mais uma sexta-feira. talvez chova, talvez me surpreenda. mais um dia, uma noite. a vida de poréns, sempre, não sei dizer por quê. só que assim é. melhor gozar, fumar alguns, se apaixonar. mas é possível que eu fique com raiva, que o céu fique escuro e caia uma tempestade que mude tudo. não sei. assim que é, baby. talvez eu seja mesmo babaca. queria que minhas unhas pintadas de marinho fossem admiradas, que meu banho fosse cuidadoso, que cada instante de espera, cada gesto, fosse raro. não mais uma sexta-feira.

som:

8.3.09



Recomecei e desfiz letras apetando o delete repetido. Já não páro. Eu tenho medo, mas não páro porque quero chegar em algum lugar. No fim deste texto. Ou seria carta? O que quer que isso seja. Sei que gosto disso, apesar do medo. De não dar certo, de não ficar bom, de ser mal entendido. Mesmo assim é bonito ver as letras brotando e preenchendo o vazio.

Enquanto vou seguindo e experimentando as palavras, descubro, confundo e temo. Hesito depois do ponto final. Avanço desgovernada que uma idéia qualquer bateu e me empurrou com força. E acontece que empaco e não consigo passar para o próximo parágrafo. Talvez amanhã. Ou baste um cigarro, um minuto. Amanhã.