31.7.07

tudo assim

Fiquei ouvindo aquela música como uma prece. "É dia de te ver, que sorte grande".
E não é que deu certo?
***
Não tô conseguindo acordar. Meu quarto fica muito escuro, nem se nota quando amanhece. Atrasada. Não tenho horário, mas tenho chegado atrasada. Frio (vinho, beck, chocolate). Duro volver dos sonhos. Duro não lembrar. Essa noite tinha uma galera. Tinha você. E não sabia se você ia pra tal praia que todo mundo ia. Fui, na esperança. De vez em quando tem você. Se tem, não sei. Se não tem mais, já vem.
Tenho mania de relacionar palavras que eu digo com letras de música. E de repetir sempre a última palavra que disse numa frase. É irritante. Mas quem gosta de mim costuma assimilar esse traço esquizofrênico como uma graça. É que isso me dá tempo pra pensar. É que quando termino de falar já tô pensando em outra coisa. Desconexo. E muitas vezes não digo, porque já pensei demais. Tarde demais?
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Meu coração ficou todo amarradinho. As palavras acuadas. É mesmo, meu amigo, uma grande confusão. Mesmo quando está tudo assim, calmo. O desejo é essa taça (a mais) de vinho.
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Tem gente que pode viver assim, dando um pouco a cada vez, um pouco a cada um. E tem gente que não sabe dar se não for tudo, de uma vez. Porque distribuir assim parece injusto. Sempre alguém fica com menos. Culpa por não dar o tanto que se pode. Nunca é o suficiente.
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Não pense que estou pensando isso. Não vai que pensar que. Deixa eu me explicar. Você pode fazer a idéia errada.
Confesso: não sei qual é a idéia certa. Não sei.
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O vapor do chuveiro fez uma névoa. A espuma fez deslizar. A água levou tudo.

Um comentário:

  1. gosto da taça de vinho. porque nela construo castelos (como falava Tim) e sonhos. O que será que dá em nós quando pulamos a fronteira do medo? porque tanto medo? pra não acabar com o sonho. né?
    curti teu texto, mandou bem.

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