20.8.08

bossa nova




















Tem uma moça aqui. Calada e certinha. Ela quer as coisas no lugar, a casa limpa, a mente sóbria. Ela quer vestir seus novos sapatos azuis metálicos e caminhar no sol, cabelos dançantes.

A moça sente que, por mais que tudo mude, ela não deixa de ser moça. Chora ouvindo uma música incomum do Tom Jobim, deitada no chão da sala, fones no ouvido. Ela já não gosta de fumar, à noite não aguenta a fumaça lhe arde os olhos.

A crueza não lhe interessa. Ela não quer saber de fulano, que conhece fulaninha, que é super. Que tem isso? Quer viver um grande amor, gastar tempo mirando a lua, cheia, que bonita. O brilho a desfiar linhas que emaranham pra outras paragens.

O som alto atordoa, por que as pessoas falam tão alto? A moça quer tudo mais baixo, mais devagar, mais claro. Pra que assim ela encontre sonhos que a façam querer como antes, amplificar o bom, sorrir como moça.