17.6.06

esse cara






quando chego no prédio, o vento desprende aquele perfume dos meus cabelos. na boca ainda o gosto de beck misturado com algo doce e cítrico. simples e mágico assim, como o caldo que se esparrama na língua na primeira mordida. inunda a alma de satisfação. sorriso claro, sem palavra me beija. mais sorriso, branco e perfeito. digo que gosto. gostei. quero. e ele dança o rap de cor, boné fincado tirando onda. dança na mesma temperatura, olha só, também sua nas mãos. abraço, no tecido fino da camiseta quase pele tão morena e músculos alongados no mar. uma fina corrente prateda no peito tão delineado. me faz olhar nos olhos, pede assim, olha aqui, gosto de você. não tem nem palavra, cantada ordinária, gata, nada disso, só me olhar e dançar no mesmo grau, tão suave e manso e tudo que eu queria, quando cheguei e vi. me deixa louca. embevecida. a veia saltada no pescoço. outro abraço e vejo tudo, sinto as costas, a cintura, o ventre. quero me livrar da roupa, noite sem fim naquela pele. nem te falo, atordoada. total. que cara foi esse?

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